- Por Marcelo Yoki
Em agosto de 2025, completaremos uma década de existência! É um imenso orgulho chegar a este marco, tendo superado desafios e consolidado nosso espaço no mercado financeiro brasileiro.
Em janeiro, atingimos R$ 9 bilhões sob gestão, reforçando nosso compromisso com retornos consistentes para nossos investidores, geração de valor para nossos clientes e contribuição para a economia nacional.
Nossa trajetória tem sido marcada por aprendizados profundos, tanto em investimentos quanto em empreendedorismo. A partir de agora, queremos compartilhar mensalmente nossas visões sobre mercado e economia, além dos aprendizados adquiridos ao longo dessa jornada.
Como uma casa de investimentos em crédito, não podemos ignorar o fato de que nossa atividade é tão antiga quanto o próprio surgimento das sociedades organizadas. Ao longo da história, conceitos da sabedoria popular, mesmo diante dos avanços tecnológicos, continuam válidos e aplicáveis à atividade creditícia.
Um desses conceitos é o paradoxo da tríade bom, bonito e barato. Em qualquer mercado, produtos e serviços dificilmente reúnem essas três características ao mesmo tempo. Sempre há uma compensação: se algo é de alta qualidade e tem um design sofisticado, dificilmente será barato; se for acessível, provavelmente exigirá concessões na estética ou na qualidade.
No mundo dos investimentos em crédito, lidamos com uma tríade igualmente complexa e paradoxal:
Taxa (o barato)
O retorno esperado de um investimento é um dos principais fatores de decisão. No entanto, taxas de retorno mais elevadas geralmente refletem riscos maiores.
Em um cenário macroeconômico de juros elevados e restrição de crédito, os investidores tendem a buscar retornos mais significativos, assumido riscos maiores. Já em momentos de expansão e liquidez abundante, o apetite por risco diminui e as taxas de retorno acompanham esse movimento.
Risco (o bom)
Segurança e previsibilidade são essenciais, mas, no crédito, o risco nunca é totalmente eliminado—apenas gerenciado.
A inadimplência está diretamente ligada ao ciclo econômico: períodos de crescimento favorecem a solvência das empresas e consumidores, reduzindo riscos. Já momentos de recessão aumentam a pressão sobre os tomadores de crédito, elevando os riscos das operações.
Nosso papel é encontrar um equilíbrio eficiente entre risco e retorno, sempre considerando a conjuntura econômica.
Liquidez (o bonito)
Em um mercado de crédito, liquidez representa a capacidade de transformar um ativo em caixa, sem perda significativa de valor.
Em um ambiente de juros elevados e menor liquidez sistêmica, investidores demandam prêmios maiores para alocar recursos em ativos menos líquidos. Já quando há excesso de capital disponível, os prêmios de liquidez caem, tornando mais atrativas as alocações em ativos de longo prazo.
Nossa filosofia de investimento parte do princípio de que essas três grandezas não devem ser analisadas isoladamente, mas de forma integrada e dinâmica.
O equilíbrio entre taxa, risco e liquidez não é estático, mas sim um processo contínuo, ajustado conforme o ambiente econômico e as oportunidades do mercado.
Adotamos uma abordagem estruturada para capturar retornos atrativos sem comprometer a segurança e a liquidez da carteira.
A diversificação de ativos, a análise rigorosa de risco e a construção de portfólios resilientes são pilares fundamentais da nossa estratégia.
Em períodos de maior incerteza, priorizamos liquidez e controle de risco. Quando surgem oportunidades em momentos de desalavancagem do mercado, conseguimos alocar capital de forma eficiente para capturar retornos diferenciados.
Ao longo da nossa história, a capacidade de equilibrar esses fatores tem sido um diferencial competitivo. Seguiremos aplicando essa disciplina na gestão do portfólio, sempre com o compromisso de gerar valor sustentável para nossos investidores.
Seguimos juntos, construindo a próxima década!